"Fonoaudiologia é uma arte que merece ser mais amplamente conhecida. Você não pode imaginar as acrobacias que sua língua mecanicamente executa para produzir todos os sons da linguagem”, Jean Dominique Bauby, foi Editor Chefe da Revista ELLE em Paris, após ter um AVE e precisar de tratamento fonoaudiológico.

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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Sem palavras...

Esse filme fala por si só. Deixo para reflexão.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Copo x Mamadeira: por que os hospitais "Amigo da Criança" adotam o uso do copinho

O leite materno é além de um alimento uma estratégia terapêutica, pois é elaborado perfeitamente no seio da mãe para atender as necessidades fisiológicas do neonato, especialmente as imunológicas. Por isso, ele deve ser oferecido o mais precocemente possível; preferencialmente, via oral. Quando o recém-nascido hospitalizado, especialmente o recém nascido prematuro, não e capaz de amamentar - devido a imaturidade fisiolófica, condições clínicas desfavoráveis, ausência materna na unidade neonatal, aporte insuficiente de leite no seio materno, entre outros - faz-se necessário um método de transição alimentar. Especialmente quando a prematuridade é extrema, a alimentação é iniciada por meio do uso de sondas, mas o objetivo final é o aleitamento materno. Para promover o aleitamento materno é necessário estimular a função das estruturas orofaciais, principalmente a sucção, por meio da intervenção fonoaudiológica e da escolha de utensílios que se aproximem do processo fisiológico de alimentação via oral e que sejam seguros para o neonato.

O uso do copo tem sido recomendado em razão do uso das mamadeiras. As mamadeiras mostraram-se métodos desfavoráveis ao aleitamento materno por diversas razões. Primeiramente, por causar a “confusão de bicos”, uma vez que o bico da mamadeira induz a mudança do padrão de sucção fisiológico e, portanto, ideal para o aleitamento materno. Na amamentação, o neonato tem que abrir bastante a boca para acomodar o tecido do seio, protruir a língua além do lábio inferior e canolá-la abaixo da auréola; na sucção por mamadeira, o neonato suga com a boca parcialmente fechada e se ele habituar-se a este padrão, quando for amamentar no seio, poderá causar ferimentos na mama, ter dificuldade em extrair o leite e, conseqüentemente, ocasionar o desmame. O uso de mamadeiras mostrou-se, ainda, associado ao aumento de mortalidade e morbidade em países em desenvolvimento devido a dificuldade de higienização dos bicos em unidades hospitalares. Finalmente, o padrão de sucção nas mamadeiras está relacionado à hiperfunção do músculo bucinador, podendo ocasionalmente resultar em alterações motoras orais e das funções neurovegetativas. 

O uso do copo tem sido o método alternativo sugerido para promover o aleitamento materno porque evita o desenvolvimento atípico da sucção. Quando o neonato utiliza o copo, ele sorve ou lambe o leite. Sorver é uma habilidade motora oral que se desenvolve mais precocemente do que a sucção; desta forma, o neonato que está em uso de sondas devido à prematuridade pode iniciar a nutrição via oral mais precocemente. À medida que o copo é colocado na boca do neonato o leite apenas toca os lábios dele, para que consiga, por si só, dar o ritmo à própria ingesta. Desta forma é mais fácil controlar a respiração e deglutição, além de diminuir o gasto energético. Quando considerada a idade gestacional como fator isolado para iniciar a nutrição oral, o neonato é capaz de coordenar as habilidades de sucção, deglutição e respiração por volta das 32 semanas de idade gestacional corrigida; enquanto isso, existem relatos na literatura de neonatos de até 30 semanas de idade gestacional corrigida serem capazes de manter boa frequência respiratória, frequência cardíaca e saturação de oxigênio durante a alimentação por copo. Outro fator favorável a utilização do copo é a comprovação, por meio de eletromiografia, que a atividade muscular desempenhada pelas estruturas motoras orais durante a amamentação é semelhante à atividade muscular desempenhada durante o uso do copo – o que favorece o desenvolvimento harmônico do complexo orofacial. Finalmente, o copo mostra-se um utensílio simples e prático, por ser de baixo custo e de fácil higienização. 

A eficácia do uso do copo tem sido comprovada em vários estudos, por estar relacionada com o aleitamento materno à alta hospitalar. Todavia, ainda há controvérsias se o copo garante a continuidade ao aleitamento materno após a alta hospitalar. A Organização Mundial de Saúde recomenda o copo como método primordial para a transição alimentar do neonato – de sonda para o seio materno. Os hospitais com o título Amigo da Criança seguem esta e outras recomendações e apresentam, consideravelmente, melhor desempenho na promoção e adesão ao aleitamento materno ao longo do desenvolvimento infantil. 

Para alcançar os benefícios do uso do copo – evitar o desenvolvimento de padrão de sucção atípico, promover a nutrição via oral precocemente, garantir estabilidade clínica durante a oferta de dieta e favorecer o aleitamento materno – é essencial o treinamento dos cuidadores ou profissionais da saúde quanto à administração correta deste utensílio. Pais e cuidadores não devem introduzir o uso do copo sem recomendação do Fonoaudiólogo.


* Profissionais da saúde, especialmente Fonoaudiólogos, que estejam interessados em referenciais bibliográficos sobre o tema, deixem um comentário e endereço de email - tenho artigos e revisões sistemáticas muito interessantes disponíveis!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ahhh... amar-mentar!

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Encontrei esse divertido "Quadrinhos" na edição de Out 2004 da Revista Cláudia


Nas minhas primeiras semanas como Fonoaudióloga Residente do Hospital Odilon Behrens, estou vendo de perto as "coisas que ninguém te conta sobre a hora de amamentar o bebê". Realmente, amamentar pode não ser tão fácil como a gente vê na televisão... contudo, as mamães podem encontrar na Fonoaudiologia a ajuda necessária para tornar a amamentação em amar-ment-ação. 

O Fonoaudiólogo orienta as mamães sobre a preparação dos seios, a retirada do leite materno e o posicionamento correto e seguro do bebê para amamentar. Além disso, a atuação fonoaudiológica pode ser destinada diretamente aos bebês com dificuldade de sugar e com dificuldade de coordenar o ritmo de sucção, deglutição e respiração. Em especial, os bebês prematuros e de baixo peso tem dificuldades para amamentar e por isso precisam frequentemente da intervenção fonoaudiológica.


O aleitamento materno é estimulado por inúmeras razões: protege contra diarréia, pneumonia, infecções de vias aéreas, otites, entre outras patologias de risco para a  sobrevivência do bebê; favorece ganhos nos aspectos sócio-econômico e psicológico; estabelece precocemente os laços afetivos entre mãe-bebê; previne a  hemorragia pós-parto; diminui o risco da ocorrência de câncer de mama e de colo de útero; e aumenta a auto-estima da mamãe. O Fonoaudiólogo estimula o aleitamento materno principalmente porque este favorece o desenvolvimento harmônico do aparelho estomatognático, reduz o risco de problemas na fala e dentição, estimula a aquisição de linguagem, e protege contra a ocorrência de perdas auditivas.

Por isso, mamães, não desistam de amar-mentar seus nenéns! Busquem ajuda profissional caso enfrentem quaisquer dificuldades em oferecer o aleitamento materno.