"Fonoaudiologia é uma arte que merece ser mais amplamente conhecida. Você não pode imaginar as acrobacias que sua língua mecanicamente executa para produzir todos os sons da linguagem”, Jean Dominique Bauby, foi Editor Chefe da Revista ELLE em Paris, após ter um AVE e precisar de tratamento fonoaudiológico.

. . . .

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Deficiências, poema de Mário Quintana


Continuando o assunto sobre Acessibilidade, aproveito para postar esse poema de Mário Quintana e convidar todos a refletirem sobre as verdadeiras Deficiências do ser humano. Compartilhe e sensibilize as pessoas contra o preconceito aos Deficientes.
"DEFICIENTE é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.LOUCO é quem não procura ser feliz com o que possui.CEGO é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria e só têm olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.SURDO é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão, pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.MUDO é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.PARALÍTICO é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.DIABÉTICO é quem não consegue ser doce.ANÃO é quem não sabe deixar o amor crescer.E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois Miseráveis são todos que não conseguem falar com Deus.A amizade é um amor que nunca morre."

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Acessibilidade: um direito de todos; Promover Saúde, um trabalho para todos os profissionais


Quando eu digo que sou defensora da interdisciplinaridade para promover saúde, eu não digo apenas da necessidade de um trabalho articulado entre aqueles considerados os profissionais da saúde - médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas, odontólogos, terapeutas ocupacionais, e etc. Arquitetos e Engenheiros, por exemplo, também podem promover a saúde ao priorizar a Acessibilidade em seus projetos.

Quero compartilhar este vídeo, de apenas 36 segundos,  e convidá-los a refetir sobre Acessibilidade. Nos colocando no lugar das pessoas portadoras de deficiência nos sensibilizamos pela causa e podemos sensibilizar os outros quanto a importância de promover ações pessoais e  projetos coletivos que permitam, em especial ao deficiente, o melhor acesso na sociedade e, portanto, a inclusão social.

Em 2004 tive uma fratura do calcâneo e sofri muito com a falta de Acessibilidade, inclusive dentro da minha própria universidade, no Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da PUC Minas. A universidade recebe muitos estudantes com necessidades especiais e tenho visto que muitas ações foram realizadas desde então para promover a Acessibilidade. Hoje, neste mesmo instituto, o acesso a todos os andares pode ser feito por meio de rampas. Entretanto, ainda há muito trabalho a ser feito no campus Coração Eucarístico,  construído há aproximadamente 50 anos, quando não se priorizava a Acessibilidade.

Outra experiência, no final de 2010, me deixou indignada. Descobri que na agência da Caixa Econômica Federal da Av. Cristóvão Colombo (Savassi, Belo Horizonte) para se dirigir aos caixas, um dos locais mais frequentados de qualquer banco, é necessário subir escadas. Sou portadora da Síndrome de Dor Patelo Femural e de Sobrecarga; ocasionalmente, tenho crises de dor no joelho e consequente dificuldade para subir ou descer escadas. Não podia subir escadas na ocasião; ao questionar a atendente como era a Acessibilidade daquela Agência ela afirmou, "Não temos". Não somente me senti limitada, como também constrangida, pois aparentemente para a atendente eu não tinha qualquer deficiência visível que me impedisse de me dirigir ao caixa. Foi necessário conversar com o gerente da agência para que ele providenciasse um funcionário que me atendesse no térreo.

A Acessibilidade é um direito de todos. Meu pai é portador de Hérnia de Disco, um distúrbio na coluna vertebral. Ele sempre enfrenta dificuldades e precisa justificar aos outros a necessidade de melhores condições de acesso. Eu poderia continuar esta postagem listando vários casos de pessoas que sofreram, sofrem e vão sofrer com a falta de acesso. Vou finalizá-la, entretanto, convidando todos os profissionais à promover  Saúde. Em especial, convido os advogados, conhecidos como defensores públicos, para garantir o acesso de todos.

E você? Como você pode promover saúde, em especial a Acessibilidade? Compartilhe experiências!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A relação da Audição com a Fala, por que o "surdo" é "mudo"?

A audição é pré-requisito para o desenvolvimento da linguagem oral, pois é escutando que o bebê aprende a falar. Muita gente ainda pensa e diz que "todo surdo é mudo". A verdade é que o portador de deficiência auditiva muitas vezes não fala porque não recebeu os estímulos auditivos necessários para desenvolver a linguagem oral - e não porque existe um problema anatômico no aparelho fonoarticulatório (boca, língua, pregas vocais, etc).

Gostaria de apresentar uma escala de habilidades (Ruth Griffths, 1954) do desenvolvimento normal da função auditiva associada ao desenvolvimento da linguagem oral. Ela pode ser útil aos profissionais, em especial educadores e pediatras, que acompanham o desenvolvimento geral da criança. Aos pais, esta escala também é útil para reconhecerem como está o desenvolvimento de seus filhos. O Fonoaudiólogo é o profissional indicado para avaliar a Linguagem e a Audição da criança, caso seja observado que ela não está realizando as habilidades esperadas para a faixa estária em que se encontra.

PRIMEIRO ANO DE VIDA

Primeiro trimestre
1. O bebê assusta-se com sons.
2. É aquietado pela voz da mãe.
3. Produz sons murmurados, além do choro.
4. Escuta un sino tocando em intensidade baixa, perto dele.
5. Produz ruídos definidos, uma sílaba.
6. Procura os sons com movimentos oculares.
7. Escuta música.
8. Produz dois ou mais sons diferentes.

Segundo trimestre
1. Procura o som com movimentos de cabeça.
2. Ri alto.
3. Vira sua cabeça deliberadamente para sinos.
4. Presta atenção ao som de um diapasão.
5. Gorgeia ou pára de chorar quando ouve música.
6. Fala ou balbucia para as pessoas.
7. Manipula o chocalho.
8. Produz quatro ou mais sons diferentes (sons simples separados ou sílabas).

Terceiro trimestre
1. Responde quando é chamado.
2. Usa balbucio de duas sílabas.
3. Grita para chamar a atenção.
4. Escuta com atenção a uma conversa.
5. Usa tons de canto.
6. Usa frase balbuciadas de quatro ou mais sílabas.
7. Diz mama ou dada. Emite uma palavra de modo claro.
8. Escuta com atenção o despertador.

Quarto trimestre
1. Meneia a cabeça para dizer "não".
2. Diz duas palavras claras.
3. Usa balbucios curtos com significado, com sentenças.
4. Toca o sino.
5. Reage à música vocalmente.
6. Balbucia monólogos quando está sozinho.
7. Emite três palavras de modo claro.

SEGUNDO ANO DE VIDA

Primeiro trimestre
1. Tenta cantar.
2. Olha figuras durante pouco tempo.
3. Sabe seu próprio nome.
4. Gosta de cantigas com rimas e "jingles".
5. Emite quatro ou cinco palavras claramente.

Segundo trimestre
1. A criança identifica um objeto numa caixa, quando este é nomeado.
2. Emite seis ou sete palavras claramente.
3. Produz longas conversas balbuciadas, com algumas palavras claras.
4. Entretém-se com um livro de figuras.
5. Identifica dois objetos numa caixa.
6. Emite nove palavras claramente.

Terceiro trimestre
1. Identifica quatro objetos numa caixa.
2. Possui um vocabulário de 12 palavras claras.
3. Vocabulário de figuras _ nomeia uma palavra.
4. Emite combinações de palavras.
5. Vocabulário de figuras - duas figuras são nomeadas.

Quarto trimestre
1. Escuta atentamente as estórias
2. Vocabulário - 20 palavras claras.
3. Nomeia quatro brinquedos.
4. Produz sentenças de quatro ou mais palavras.